3 Set, 2025 | Odontopediatria

Dentes de leite: afinal devemos tratá-los se vão cair? Mito a desconstruir

Os dentes de leite não têm “menos importância”. Descubra porque é essencial tratá-los, os riscos da falta de tratamento e como a abordagem suave e adaptada da Clinica Dentária Confident faz a diferença.

 

“Os dentes de leite vão cair, porque tratá-los?”

Esta é uma frase que ouvimos muitas vezes. Parte de uma boa intenção (evitar cuidados considerados “inúteis”), mas está errada e pode expor a criança a complicações reais: dor, infeções, dificuldades de sono e de alimentação, e até problemas no alinhamento dos dentes definitivos.

Porque é que os dentes de leite são tão importantes?

Os dentes temporários não são “substitutos provisórios”. Eles têm papéis fundamentais durante vários anos:

  • Mastigação e nutrição – uma mastigação correta favorece o crescimento, a aceitação de diferentes texturas e uma alimentação variada.
  • Desenvolvimento da fala – os incisivos e molares participam na articulação (sons sibilantes, posição da língua).
  • Guia de erupção – os dentes de leite guardam o espaço dos dentes definitivos e orientam a sua posição.
  • Crescimento dos maxilares – a mastigação equilibrada e uma oclusão estável apoiam o crescimento correto da face.
  • Confiança e socialização – um sorriso saudável, sem dor e sem manchas visíveis, é muito importante para a autoestima da criança, seja em casa ou na escola.

O que acontece se não tratarmos os dentes de leite?

  • Cáries dolorosas – as cáries evoluem rapidamente nas crianças, causando dor e sensibilidade intensa.
  • Infeções – abcessos, celulite facial, febre e até necessidade de antibióticos ou urgência hospitalar.
  • Danos nos dentes definitivos – uma infeção num dente de leite pode afetar o esmalte do dente permanente em formação.
  • Perda precoce do dente – extrair um molar de leite demasiado cedo leva à deslocação dos dentes vizinhos, falta de espaço e erupção ectópica.

 

No Cabinet Dentaire Confident, cada caso é avaliado individualmente. Adaptamos os tratamentos à idade da criança, ao risco de cárie, à profundidade da lesão e à experiência da criança no dentista.

  • Manchas brancas (lesões iniciais): reforço preventivo (conselhos de alimentação, higiene, verniz de flúor, vigilância regular).
  • Pequenas cáries: técnicas minimamente invasivas e sem stress, selantes terapêuticos.
  • Atingimento da polpa/dor: tratamentos do nervo adaptados ao dente de leite (pulpotomia/ pulpectomia).

 

Prevenir é (mesmo) tratar

Higiene diária

  • Escovagem 2x/dia com pasta fluoretada adaptada à idade e com supervisão parental até aos 7-8 anos.
  • Fio dentário quando os dentes tocam, sobretudo entre os molares.

Alimentação

  • Limitar a frequência do açúcar (o verdadeiro problema é o “beliscar doce”).
  • Água como bebida principal.
  • Leite ou chá sem açúcar apenas antes da escovagem – nunca depois.

Acompanhamento regular no dentista

  • Primeira visita ideal: por volta da erupção do primeiro dente ou antes do 1º aniversário.
  • Consultas de rotina de 6 em 6 meses (ou 12 em 12, conforme o risco).

Tratar hoje é proteger o amanhã

Os dentes de leite merecem cuidados. Para aliviar dores, prevenir infeções, manter os espaços corretos e favorecer um crescimento saudável.

Com técnicas suaves, modernas e adaptadas, tratar uma criança pode (e deve) ser uma experiência positiva.

Dra. Raquel Rodrigues | Odontopediatra na Clínica Dentária Confident