3 Set, 2025 | Odontopediatria

Flúor e saúde oral das crianças: inimigo ou aliado?

É normal ter dúvidas: «O flúor é mesmo perigoso?», «É preciso usar uma pasta dentária com flúor para o meu filho?», «E em que quantidade?»

Na Clínica Confident, seguimos as recomendações mais recentes da ciência e dos estudos médicos de referência, a fim de fornecer a cada família informações claras, fiáveis e fáceis de compreender.

 

O que é o flúor e como atua nos dentes?

O flúor é um mineral presente na natureza. Em medicina dentária, está presente nas pastas dentífricas, colutórios e vernizes, sob a forma de fluoreto. A sua ação é local e tópica: atua diretamente na superfície do dente.

 

Benefícios comprovados: porque o flúor é um herói

  • Proteção diária : as crianças que utilizam pasta dentária com flúor, em dose adequada, desenvolvem menos — ou nenhuma — cáries durante a infância.
  • Reforç o esmalte: torna-o mais resistente aos ácidos produzidos pelas bactérias.
  • Acelera a remineralização: ajuda a reparar as lesões iniciais (manchas brancas) antes de se tornarem cáries cavitadas.
  • Excelente relação benefício/custo: solução simples, acessível e com grande impacto em saúde pública.

 

Na prática, escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia com uma pasta dentífrica com flúor adequada à idade reduz significativamente o risco de cárie — e evita muitas vezes tratamentos invasivos mais tarde.

 

E os riscos? A fluorose explicada de forma simples.

O risco mais conhecido é a fluorose dentária, uma alteração estética do esmalte (manchas brancas à superfície, por vezes acastanhadas em casos mais graves) devido à ingestão excessiva de flúor durante a formação dos dentes.

Como evitar:

  • Respeitar a quantidade de pasta de dentes recomendada para a idade pelo seu dentista.
  • Supervisionar a escovagem até, pelo menos, os 7–8 anos.
  • Ensinar a criança a cuspir o excesso de pasta no final da escovagem.

E se preferir mesmo assim uma pasta sem flúor?

Compreendemos as preocupações — existem muitas informações contraditórias. Mas os estudos mostram que as pastas sem flúor protegem muito menos contra as cáries. Podem ser consideradas em crianças de baixo risco e com dieta e higiene exemplares, mas não são a primeira escolha.

 Recorde-se que o flúor não substitui uma boa alimentação: a cárie resulta da combinação bactérias + açúcares + tempo. Assim, além do flúor:

  • Privilegie horários estruturados para os lanches e evite petiscar açucarado todo o dia.
  • Atenção a sumos, néctares, bebidas lácteas açucaradas e snacks «práticos».
  • A água deve ser a bebida principal.
  • Ao fim do dia, nada de lanches ou leite depois da escovagem.

Na dose certa, o flúor é um aliado. A chave para uma boa saúde oral desde cedo: dose de flúor adaptada à idade, supervisão e hábitos alimentares equilibrados.

Dra. Raquel Rodrigues | Odontopediatra na Clínica Dentária Confident