É normal ter dúvidas: «O flúor é mesmo perigoso?», «É preciso usar uma pasta dentária com flúor para o meu filho?», «E em que quantidade?»
Na Clínica Confident, seguimos as recomendações mais recentes da ciência e dos estudos médicos de referência, a fim de fornecer a cada família informações claras, fiáveis e fáceis de compreender.
O que é o flúor e como atua nos dentes?
O flúor é um mineral presente na natureza. Em medicina dentária, está presente nas pastas dentífricas, colutórios e vernizes, sob a forma de fluoreto. A sua ação é local e tópica: atua diretamente na superfície do dente.
Benefícios comprovados: porque o flúor é um herói
- Proteção diária : as crianças que utilizam pasta dentária com flúor, em dose adequada, desenvolvem menos — ou nenhuma — cáries durante a infância.
- Reforç o esmalte: torna-o mais resistente aos ácidos produzidos pelas bactérias.
- Acelera a remineralização: ajuda a reparar as lesões iniciais (manchas brancas) antes de se tornarem cáries cavitadas.
- Excelente relação benefício/custo: solução simples, acessível e com grande impacto em saúde pública.
Na prática, escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia com uma pasta dentífrica com flúor adequada à idade reduz significativamente o risco de cárie — e evita muitas vezes tratamentos invasivos mais tarde.
E os riscos? A fluorose explicada de forma simples.
O risco mais conhecido é a fluorose dentária, uma alteração estética do esmalte (manchas brancas à superfície, por vezes acastanhadas em casos mais graves) devido à ingestão excessiva de flúor durante a formação dos dentes.
Como evitar:
- Respeitar a quantidade de pasta de dentes recomendada para a idade pelo seu dentista.
- Supervisionar a escovagem até, pelo menos, os 7–8 anos.
- Ensinar a criança a cuspir o excesso de pasta no final da escovagem.

E se preferir mesmo assim uma pasta sem flúor?
Compreendemos as preocupações — existem muitas informações contraditórias. Mas os estudos mostram que as pastas sem flúor protegem muito menos contra as cáries. Podem ser consideradas em crianças de baixo risco e com dieta e higiene exemplares, mas não são a primeira escolha.
Recorde-se que o flúor não substitui uma boa alimentação: a cárie resulta da combinação bactérias + açúcares + tempo. Assim, além do flúor:
- Privilegie horários estruturados para os lanches e evite petiscar açucarado todo o dia.
- Atenção a sumos, néctares, bebidas lácteas açucaradas e snacks «práticos».
- A água deve ser a bebida principal.
- Ao fim do dia, nada de lanches ou leite depois da escovagem.
Na dose certa, o flúor é um aliado. A chave para uma boa saúde oral desde cedo: dose de flúor adaptada à idade, supervisão e hábitos alimentares equilibrados.
Dra. Raquel Rodrigues | Odontopediatra na Clínica Dentária Confident